Privado: Areias imperialistas

Privado: Areias imperialistas
Muhammad abu Daud, principal supervisor de escavações de 1885 no delta do Rio Nilo Marcos Flamínio Peres A arqueologia, em seus primórdios, foi uma ciência a serviço do Império Britânico. Essa é tese principal do livro Hidden Hands (Mãos Ocultas, editora Duckworth), lançado no fim de 2010 por Stephen Quirke, professor de arqueologia da University College (UCL), em Londres. Quirke vasculhou os arquivos de um dos mais importantes arqueólogos ingleses do Egito Antigo, Flinders Petrie, que se estende de 1880 a 1882 – quando o país era dirigido por um governo nacionalista – e daí até 1942 – quando esteve sob ocupação militar britânica. Embora sem formação acadêmica, Petrie é considerado uma das figuras-chave da arqueologia, por ter introduzido procedimentos científicos na disciplina e nos trabalhos de escavação, além de ter desenvolvido um método inovador para reconstituir a contagem dos períodos históricos. Ocupou também a primeira cátedra de egiptologia do Reino Unido, justamente na UCL – onde também estão guardados seus quase 200 livros de anotações. Quirke é curador desse acervo e revela como Petrie ressalta a importância crucial da mão de obra especializada – tanto de trabalhadores braçais quanto de supervisores de escavação– para as descobertas arqueológicas. Entretanto, na história oficial da egiptologia, eles seriam inteiramente ignorados. Na entrevista a seguir, Quirke diz ser favorável à devolução ao Egito de peças guardadas em museus ocidentais e também fala do importante papel que o herói da série In

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Novembro

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