A questão ética
(Arte Revista CULT)
Infelizmente ética enquanto tema tem se tornado um assunto ultrapassado, da mesma forma que sua prática.
No entanto, seja como teoria ou como prática, trata-se de uma questão cuja urgência se coloca mais uma vez e a cada dia e que, algumas vezes, como na atual história do Brasil, precisa ser recolocada como questão institucional e política. No contexto dos retrocessos e atrasos vividos em nosso país, é preciso neste momento dar um passo atrás e recuperar uma reflexão que vem se perdendo ou que, pior ainda, vem sendo propositalmente apagada.
A urgência da ética não deve ser vista como um sinal do fracasso da cultura humana, como se a ideia de humanidade fosse uma abstração ultrapassada. Antes, a urgência sinaliza para o necessário movimento da vida humana no tempo histórico e geopolítico no planeta que habitamos.
Alguns teóricos permanecem separando a ética da política desde Maquiavel, cuja teoria enuncia que “os fins justificam os meios”. É a formulação teórica da objetificação do mundo, do poder acima de tudo e todos. A gravidade da sentença por trás da qual há séculos de reflexão fez com que a análise da política tratasse a ética como uma questão secundária, como se já não fizesse parte dela.
A ética ficou perdida como uma teoria ligada ao individualismo, ao pragmatismo e ao liberalismo. A ética de Espinosa tentava estabelecer a conexão entre determinismo e liberdade, ou seja, a potencialidade humana para a ação no contexto em que o que somos e podemos ser já estava programada em muitos se
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