A devoração selvagem de Julio Bressane
O cineasta Júlio Bressane (Divulgação / Revista Cinéfilo, 2015)
Embora sempre tenha margeado a história do cinema brasileiro, a obra de Julio Bressane vem ganhando, desde o início da década passada, um foco mais do que merecido. Em 2002 e 2003, no Rio de Janeiro e em São Paulo, houve retrospectivas completas de seus filmes, que, a partir de então, passaram a ser referência central para toda uma nova geração de cinéfilos, críticos e realizadores.
Também em 2002, o Festival de Turim consagrou-lhe uma grande retrospectiva, primeiro fruto da descoberta tardia de Bressane pelos europeus. Nos últimos cinco anos, outras mostras de mesma estatura foram acontecendo: primeiramente no Indie Lisboa, em 2011, depois no Bafici (Argentina), em 2013, e agora, em fevereiro de 2015, uma retrospectiva integral foi realizada na Cinemateca de Toulouse, que já o homenageara em 2005 com a exibição de cinco filmes. Na edição dos Cahiers du Cinéma de abril de 2015, há um artigo laudatório de quatro páginas celebrando a iniciativa da Cinemateca de Toulouse e apontando aspectos gerais da obra de Bressane, que o crítico Nicolas Azalbert não hesita em equiparar à de Glauber Rocha.
Bressane se acha ainda representado na atual retrospectiva de cinema brasileiro da Cinemateca Francesa, um evento que reúne mais de oitenta filmes e busca apresentar ao público parisiense uma cinematografia que, salvo poucas exceções cinemanovistas (Glauber, Joaquim Pedro de Andrade, Cacá Diegues, Nelson Pereira dos Santos, Leon Hirszman), é quase que inteiramente desconhecida na França. A mostra dá destaque especial à produção contemporânea,
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