Perda e luto na população negra
Criança segura cartaz em ato no centro do Rio de Janeiro, em 2018 (Fernando Frazão/Agência Brasil)
O ano de 2020 marcou um ponto de virada histórico, trazendo consigo uma crise sem precedentes que abalou o mundo globalizado. O surgimento da Covid-19 nos confrontou com a vulnerabilidade da vida humana, forçando-nos a reavaliarmos nossas rotinas e a adotarmos medidas rigorosas para conter sua propagação. No entanto, além do impacto direto na saúde pública, a pandemia desencadeou uma série de consequências socioeconômicas, expondo ainda mais as desigualdades existentes e as lacunas na formulação e na implementação de políticas públicas.
As comunidades mais vulneráveis foram as mais duramente atingidas, enfrentando desafios adicionais devido às condições precárias de moradia e ao acesso limitado aos serviços de saúde. O mundo pós-pandemia escancarou disparidades raciais e sociais já existentes, destacando como pessoas em áreas periféricas e desfavorecidas foram afetadas de maneira desproporcional pela doença, com dificuldade em seguir as diretrizes de distanciamento social e em obter recursos para manter os cuidados adequados.
Os primeiros casos reportados da Covid-19 entre pessoas que viajaram para o exterior enfatizaram a estrutura de privilégio e predominância brancos em muitas partes do mundo. Esse contexto revela uma sociedade moldada por estruturas de racismo sistêmico, em que tanto o acesso à saúde quanto a própria vida são determinados pelas desigualdades sociais e raciais.
Além dos desafios enfrentados durante a pandemia, a violência racial também ficou evidenciada, especialmente após a morte de George Floyd. Essa oc
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