Quanto custa proibir?

Quanto custa proibir?
Notícia do “Diário Carioca” de 13 de agosto de 1935 (Foto: Reprodução)
  Dizer que a guerra às drogas tem sido um monumental fracasso já se tornou lugar-comum. A produção e o consumo de drogas tornadas ilícitas só têm aumentado nos últimos anos e a aposta na repressão alimenta o crime organizado, a violência e a corrupção. Jamais a proibição das drogas resultou de evidências científicas. Ao contrário, sempre foi uma escolha política pautada em moralismo, desinformação e, sobretudo, racismo, muito racismo. Em diferentes partes do mundo e em diferentes momentos, a guerra às drogas tem servido de justificativa para o controle social e o extermínio de minorias. No Brasil, a história não tem sido diferente. É a juventude negra que está na mira do fuzil das polícias e o álibi da guerra às drogas cai como luva para justificar até mesmo as chacinas. No Rio de Janeiro, por exemplo, mortes provocadas pelas polícias se contam às centenas, ano após ano. O Ministério Público, que a Constituição do país responsabiliza pelo controle externo das polícias, observa a matança praticamente inerte. E a sociedade tampouco reage. Para além de ceifar vidas, as operações policiais justificadas pelo combate ao varejo de drogas impactam de formas diversas o cotidiano dos moradores de favelas e periferias. Pessoas são impedidas de sair para trabalhar, crianças têm aulas suspensas, unidades de saúde têm o funcionamento interrompido, o comércio local não consegue funcionar. E, pasmem os leitores: policiais roubam dos comerciantes e furtam bens dos moradores durante essas operações e ai de quem ousar fazer de

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