Estante CULT: Wislawa Szymborska, Simone Veil, Fernando Pessoa

Estante CULT: Wislawa Szymborska, Simone Veil, Fernando Pessoa
A escritora polonesa Wislawa Szymborska; 'Riminhas para crianças grandes' mostra nova faceta da autora (Foto: Divulgação)
  Até 1996, quando contava 73 anos e foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura, a poeta polaca Wislawa Szymborska era praticamente desconhecida fora de seu país natal. Desde então, uma merecida atenção passou a ser dada à sua obra, e cada leitor, à sua maneira, se tornou íntimo daquela que escrevia sem complicações – e enorme impacto –, fosse sobre as miudezas da vida, fosse sobre os colapsos da mesma. Mas o que poucos sabem é que, justamente para lidar com as limitações do ser e as dificuldades presentes no cotidiano oriundas do totalitarismo comunista na Polônia, ela se deliciava ao escrever brincadeiras poéticas, a tornar seu humor inusitado ferramenta para compartilhar risadas sobre situações diversas. São essas tiradas engraçadas que estão em Riminhas para crianças grandes. Em “Nos jardins do Planty de Cracóvia”, por exemplo, ela escreve: “— Na nossa paróquia também teve mudanças. Temos um novo padre. Antes de ontem no sermão ele disse que temos que perdoar os nossos inimigos. A senhora já tinha ouvido falar uma coisa assim? / — Vai ver que ele ainda é novo. Alguma coisa entendeu errado.” Ou então, em “Do orelhão”: “— O Wladyslaw com a família? Eles foram, claro que foram. Como se não bastasse eu ter convidado, eles ainda foram!” Além dos textos, o leitor é presenteado com uma série de colagens impressas separadamente e que, ao longo de anos, Szymborska criava com bastante senso de humor para dar aos amigos. O AUTORITARISMO SEGUNDO PESSOA Diante de tantos heterônimos, livros e curi

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