Música nas alturas

Música nas alturas
Para Leo Gandelman, Nelson Freire (na foto) é uma das atrações imperdíveis do Festival

A Música e Seus Diálogos é o tema da 41ª edição do já tradicional Festival de Inverno de Campos do Jordão, que traz 80 concertos, sendo 11 deles na capital paulista. Para o jornalista e crítico de música João Marcos Coelho, a marca desta edição é a ênfase na música contemporânea: “Em 2010, finalmente o festival começa a entrar no século 21, pois até agora ele estava no 19, nem no 20 tinha chegado”. A CULT conversou com especialistas no assunto para saber as atrações imperdíveis desta edição.

“Quando adolescente tive a oportunidade de participar do Festival de Inverno de Campos do Jordão, que ficou marcado na minha memória. Hoje, o festival fica marcado na agenda de eventos culturais do Brasil como sendo, sem dúvida, o mais importante de música clássica realizado no país. Acho que Nelson Freire, Cláudio Cruz e Antonio Meneses são imperdíveis. O Nelson Freire é sempre uma comoção. O Antonio Meneses é um dos maiores violoncelistas do mundo na atualidade. E o Cláudio Cruz, além de ser um virtuose do violino, é um excelente maestro e um músico de categoria internacional. Espero que no ano que vem eu possa participar desse evento.”
Leo Gandelman, saxofonista, produtor, compositor e arranjador

“É bacana ver que o Festival de Campos foi ganhando uma notoriedade ao longo do tempo e hoje consegue trazer os grandes expoentes da música. O que me chamou a atenção foi a enormidade de orquestras, é muito interessante essa ideia de contemplar orquestras de diversas regiões do Brasil, como a de Sergipe e a de Minas Gerais.”
Ivan Vilela, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, diretor e arranjador da Orquestra Filarmônica de Violas

“O primeiro concerto é imperdível, porque vai ser a estreia, junto com a Osesp, de O Livro dos Sons, de Rodolfo Coelho de Souza, que é um dos mais importantes compositores brasileiros de hoje. Outra atração imperdível é o concerto do Antonio Meneses [violoncelo] com Maria João Pires [piano], porque eles nunca tocaram juntos. O que me chama a atenção também é o duo formado pelo Dimos Goudaroulis, no violoncelo triplo, e o cravista Nicolau de Figueiredo. Esse duo é da mais alta qualidade: o Nicolau ganhou vários prêmios na Europa e o Dimos é, sem dúvida nenhuma, o maior violoncelista que temos no Brasil, embora ele seja grego e more aqui há muito tempo. Entre as atrações internacionais, é absolutamente imperdível o Quarteto Arditti, que é o quarteto de cordas mais importante da música contemporânea, entre os que se dedicam à música dos séculos 20 e 21. O trio La Gaia Scienza, liderado pelo violoncelista italiano Paulo Beschi, é muito interessante, porque usa instrumentos de época. Assim como o Akademie Für Alte Musik Berlin, que é um grupo muito conhecido e um dos mais respeitados na cena europeia.”

João Marcos Coelho, jornalista e crítico de música. É colaborador do jornal O Estado de S. Paulo e apresentador do programa O que Há de Novo (Rádio Cultura FM)

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