Privado: “A arte é um salto no vácuo”
“A Águia” (1967)/Divulgação
por Mario Gioia
A trajetória de Maria Bonomi sintetiza não apenas uma parte das artes visuais brasileiras, mas se expande e tem muito a ver com o que de melhor foi feito em diversas áreas da cultura nacional desde a década de 50.
Nascida em 1935 em Meina, na Itália, teve desde cedo contato com nomes como a pintora abstrata Yolanda Mohalyi e o lituano radicado no Brasil Lasar Segall. Foi amiga de Clarice Lispector, defendida em debate público na imprensa por Mário Pedrosa e tornou-se seguidora de Lívio Abramo.
Uma parte desses encontros, por meio de variadas obras, terá espaço na Maison de L’Amérique Latine, em Paris, de 16 de maio a 15 de setembro.
O recorte com curadoria de Jorge Coli, crítico de arte e professor da Unicamp, tem um lado afetivo forte. Foi na capital parisiense, em 1968, que a então jovem artista ganhou um prêmio de gravura na 5ª Bienal de Arte Moderna de Paris, evento prestigiado à época. Na representação brasileira, ainda havia nomes como Hélio Oiticica e Anna Bella Geiger.
Na exposição de 2012, estará presente muito do que o público paulistano viu na retrospectiva ocorrida na Pinacoteca do Estado, Gravura Peregrina, em 2008, e o público brasiliense pôde observar na mostra do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) da cidade, no ano passado.
A xilografia em cores sobre papel japonês “Berlim, 1964” (1965), de tom fortemente político, ilustra a capa do catálogo e dá indícios sobre a posição pouco conformada da artista em relação ao circuito de artes visuais.
“Sinto que o j
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