Thomaz Perina
A primeira parte do registro combina música e imagens gravadas em 1979 na Vila Industrial de Campinas, tema de muitas de suas obras. Camilo considera “muito interessante e ilustrativo poder vê-lo jovem, andando pelas ruas como se estivesse dentro dos próprios quadros”. Os temas das produções também retratam faces de pessoas, como um senhor fumando cachimbo, duas senhoras sentadas conversando, além de traços retilíneos e círculos que, na visão do artista, sintetizam uma árvore.
Desta forma, os primeiros minutos do documentário apresentam um pouco da biografia do desenhista. Perina começou a carreira pintando obras figurativas, mas após a Primeira Bienal de Arte de São Paulo, de 1951, reelabora sua arte e se aproxima do abstracionismo, influenciado por Picasso e Max Bill. “‘Eu quero o mínimo pra falar’ é uma frase síntese de sua técnica de pintura e é muito significativa na trajetória dele. Sua obra é considerada abstrata, mas ao mesmo tempo é inspirada na observação do campo, das ruas ou de uma mancha na parede”, diz o diretor.
Perina também participou de movimentos que rompiam com a arte tradicional, como o Grupo Vanguarda, que manteve relação próxima com concretistas de São Paulo. Segundo o diretor do documentário, “Ao longo da vida, Thomas gerou polêmica ao fazer mudanças em sua trajetória. Então, a configuração de um grupo o ajudou a poder discutir e propor novas questões para a análise do próprio fazer artístico”.
Eu quero o mínimo pra falar – Trajetórias de Thomaz Perina
Timbro Filmes
R$ 25