Respeito às diferenças
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Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de agosto de 2021 é “respeito”
O respeito às diferenças de raça, gênero, crença, classe social, cultura e outras mais são bandeiras levantadas como forma de reforçar o debate sobre a tolerância e dirimir o preconceito ainda muito presente na sociedade hodierna. Sob esta ótica, a pessoa empática é aquela que tem a capacidade psicológica de sentir o que o outro sente como se vivenciasse a mesma situação.
Leitor(a) empático(a), você já parou para pensar sobre o respeito às suas diferenças?
Quantas vezes talvez tenha enveredado por caminhos que não eram seus, apenas para agradar quem se achava no direito de escolher por você?
Quantas vezes desistiu de sonhos que lhe pertenciam para se encaixar em sonhos de quem se julgava capaz de ditar as regras de sua vida?
Quantas vezes chorou por alguém que colocou um ponto final na convivência a dois por, simplesmente, não aceitar o seu jeito despojado e irreverente de ser?
Quantas vezes colocou o outro acima de si mesmo(a) por se diminuir a ponto de não impor seus desejos?
Quantas vezes, por se achar diferente, ocultou sua melhor parte?
Quantas vezes se desconsiderou em prol da rabugice e da intransigência de seu algoz?
O bom é que o tempo educa e amadurece. Para quem tem a humildade e a
sabedoria de absorver seus ensinamentos, as prioridades mudam, os horizontes se ampliam, o amor-próprio se faz presente. O primeiro passo para respeitar o outro é o autorrespeito.
Hoje, aos 60 anos, dou-me o direito de fazer esta reflexão. Já me desrespeitei demais.
Déa Araujo, 60, mineira de Juiz de Fora, é estudante de
Bacharelado em Tradução na UFJF. Começou a escrever na
pandemia e já teve vários textos publicados.
