Mãos à obra
Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de maio de 2021 é “desejo”
Desconsidere aqueles que querem as coisas a continuar como estão: terá pessoas com grande diversidade de desejos. Mas entre os desejos, no momento, sempre estarão os dois mais ansiados pela maioria dos que foram considerados: o fim da pandemia e o fim do governo Bolsonaro.
Aí surge o complemento, a compreensão de que desejar não implica, obrigatoriamente, realização.
Muitos de nós desejamos, oramos e rezamos pela recuperação da saúde de Paulo Gustavo. Não adiantou.
Mas os desejos mais simples, como tomar um sorvete, são, quase sempre, imediatamente realizados.
Então há uma gradação para desejo, que começa no realizável, passa pela esperança, chega até o improvável e termina no impossível.
Os meios mais comuns de realização dos desejos mais difíceis são a perseverança, os pedidos ao divino e as propostas de promessas.
A perseverança funciona algumas vezes, mas nunca só por ela, ou há uma estrutura de viabilidade, ou há um acidente favorável.
Já os outros meios citados funcionam mais como certa expiação de culpa por nada fazer pelo desejo.
O comumente referido “… não espere sentado…” realça bem que um desejo exige algum esforço para que se realize.
Então, se você está entre os que foram considerados no primeiro parágrafo, faça as partes necessárias: não aglomere, use máscara e álcool gel, mantenha sua vigilância e críticas aos desmandos do governo Bolsonaro.
José Eduardo Oliveira De Vincenzo, 67, nasceu em Ribeirão Preto.
Divorciado, sem filhos, é analista de sistemas autônomo com especialização
em desenvolvimento e comercialização de softwares para apostadores de loterias.