Qual é a Amazônia que te interessa?
(Foto: Bruno Kelly/ Reuters)
Por Priscila Mello Da Silva
O que nos faz indignar diante da situação que se revelou estar vivendo a Amazônia? O fato de artistas internacionais terem dito que ela é o pulmão do mundo, ou a foto que circulou pela redes de uma moça com uma girafa pintada no corpo e a frase “Salve a Amazônia”? Ou a declaração da Anitta?
Há um ditado popular que diz que há males que vem para o bem. Será? Sempre me questionei a respeito dessas odes ao conformismo.
A questão é que em tempos de relações líquidas, como bem analisou Bauman, as preocupações se mostram cada vez mais fúteis e inócuas.
Temos em nosso território a maior floresta tropical do mundo! Com uma biodiversidade imensa! Com uma riqueza cultural incalculável! Com pessoas que vivem e tiram o seu sustento daquela região respeitando e conservando toda essa riqueza. E o que vemos é uma burra reverberação de fatos, que devem sim ser comentados, e informações que devem sim serem corrigidas. Mas jamais deveriam ter um maior destaque do que o verdadeiro motivo pelo qual a Amazônia hoje tenha se tornado uma das mais importantes noticias do mundo!
Não podemos desviar o nosso olhar do que realmente está acontecendo. Não podemos nos eximir da responsabilidade de divulgar o quão importante é preservar a Amazônia e não podemos deixar que uma atitude delirante em um afã de vaidade destrua as vidas que existem na floresta.
Não podemos agir como se a floresta fosse uma coisa, um objeto! São vidas. A Amazônia e sua rica floresta são vidas e todas as vidas importam.
Importam pelo simples fato de serem vidas e por essa razão devem ser respeitadas e protegidas.
O meio ambiente somos nós. Fazemos parte dele em uma relação que exige o mínimo de equilíbrio nessa interdependência.
Falar em ecologia é falar em uma relação em que se tem um equilíbrio social. Nós não estamos a parte do ecossistema. Fazemos parte dele e precisamos ter essa consciência.
Priscila Mello Da Silva, 38, é mãe, estudante e humanista