Sonhos na pandemia

Sonhos na pandemia
(Ilustração: Marcia Tiburi)

 

Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de fevereiro de 2021 é “sonho”.


Sonhar é livre. Não custa nada, mas custa se lembrar do sonho que se sonhou.

Sonho. Um desejo reprimido? Imaginação do inconsciente?

Sonhar é democrático. Todos nós sonhamos.

No início deste ano anotei durante quatro dias não consecutivos meus sonhos, logo após acordar.

Dois de janeiro. Na Tailândia, eu nadava contra a correnteza num rio. Fui dar uma volta, estava em viagem, em meio a muitas pessoas. O ambiente era de nervosismo e ansiedade, mas houve tempo para uma sincera conversa e desabafo com duas pessoas em particular, cujos rostos não me lembro.

Quatro de janeiro. Em algum lugar no mundo, num cenário montado, gravação de um filme. Eu, atriz, contracenando com o ator David Barry, o Lord John da minha série favorita, Outlander.

Seis de janeiro. Agitação marítima. Ondas enormes. Desmoronamento de terra na casa de praia, onde eu me encontrava. Corta para sala de cinema com pessoas, eu inclusive, comendo pipoca.

Sete de janeiro. Lixo por toda a parte. Eu caminhando sobre um mar de sacos de lixo à noite. Escuridão. Fedor. O medo me consome.

 

Pauliny Marin Zito, 37, é publicitária na ilha da Madeira, Portugal

 

Deixe o seu comentário

TV Cult