Poesia feminina (e feminista) que você precisa conhecer 

Poesia feminina (e feminista) que você precisa conhecer 

 

 

Você gostaria de ler mais poetas mulheres que tratam o feminismo em suas obras, mas não sabe por onde começar? A seguir, Cult indica 18 autoras para atualizar a sua estante.

A literatura teve um ambiente historicamente dominado por homens. No entanto, hoje as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços literários por meio de publicações, cursos, debates e clubes de leitura.

No trabalho literário de Adília Lopes, Ana Cristina Cesar, Ana Martins Marques, Ana Paula Tavares, Bruna Mitrano, Conceição Evaristo, Cora Coralina,  Graça Graúna, Hilda Hilst, Lubi Prates, Márcia Kambeba, Marina Tsvetaeva, Maya Angelou, Micheliny Verunschk, Miriam Alves, Noémia de Sousa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Wislawa Szymborska, o leitor (a) tem um vasto cenário sensível sobre a luta das mulheres com diferentes origens: indígena, africana, estadunidense, portuguesa. Conheça um pouco mais sobre a vida e a obra das poetas.

1 – Adília Lopes é o pseudónimo de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira. A poeta nasceu em Lisboa, em 1960. A voz poética da escritora usa o cotidiano e citações da cultura pop. Vale a pena ler: Um jogo bastante perigoso, Dias e dias.

2 – Ana Cristina Cesar (1952-1983) nasceu no Rio de Janeiro, onde se formou em Letras e fez mestrado em Comunicação. Foi uma das poetas publicadas na antologia 26 poetas hoje, organizada em 1976 por Heloisa Buarque de Hollanda. Além de poeta, foi jornalista, tradutora e crítica literária. Vale a pena ler: Poética, Crítica e tradução

3 – Ana Martins Marques nasceu em 1977, em Belo Horizonte.  A obra da poeta mineira tem um olhar atento às coisas ordinárias para mostrar questões profundas, como a morte, a passagem do tempo e a ligação com os lugares. Vale a pena ler: Da arte das armadilhas, O livro das semelhanças, A vida submarina

4 – Ana Paula Tavares nasceu em Angola em 1952. Doutora em história, publicou estudos sobre a história de Angola, livros de poesia e crônica. Para Carmen Lucia Secco, sua poesia conjuga o “plano existencial e o histórico-social”, o “enunciado feito letra no poema” e a “enunciação que reencena camadas antigas da memória individual e coletiva”. Vale a pena ler: Amargos como os frutos, Um rio preso nas mãos

5 – Bruna Mitrano, nascida em 1985 na periferia do Rio de Janeiro, é professora da rede pública e mestre em literatura portuguesa. Para Nina Rizzi, sua poética “cinde a realidade mais terrível, reconfigura o próprio modo de pensar e entender a realidade”. Vale a pena ler: As 29 poetas hoje, Não

6 – Conceição Evaristo é uma romancista, poeta e contista, vencedora do Prêmio Jabuti 2015. Além disso, a poeta também é pesquisadora na área de literatura comparada e trabalhou como professora na rede pública fluminense. Sua obra relata a vivência das mulheres negras e as profundas desigualdades raciais brasileiras. Vale a pena ler: Poemas da recordação e outros movimentos, Olhos d’água, Insubmissas Lágrimas de Mulheres, Ponciá Vicêncio

7 – Cora Coralina (1889 – 1985) foi uma poeta e contista goiana, além de uma das principais vozes femininas da literatura nacional. Começou a escrever aos 14 anos, mas publicou seu primeiro livro quando tinha 75 anos. Em uma época que as mulheres eram oprimidas, Cora estava à frente do seu tempo: participou da fundação do jornal literário “A Rosa”, por exemplo. Vale a pena ler: Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, Vintém de cobre: meias confissões de Aninha, Vila Boa de Goiás

8 – Graça Graúna (Maria das Graças Ferreira) é uma poeta indígena, que nasceu em São José do Rio Campestre (RN). Graúna participa de antologias poéticas no Brasil e no exterior e organiza o blog Tecido de Vozes. Sua obra relaciona paisagens urbanas com as imagens da memória do território indígena. Vale a pena ler: Flor da mata, Tear da palavra 

9 – Hilda Hilst (1903 – 2004) foi uma das maiores escritoras e poetas do século 20. A paulista de Jaú faz parte da terceira geração modernista e foi a vencedora de dois prêmios Jabutis (1984 e 1994). A obra de Hilst é marcada pelo erotismo e questionamentos existenciais. Vale a pena ler: Júbilo, memória, noviciado da paixão, Da Morte. Odes Mínimas

10 – Lubi Prates nasceu em São Paulo, em 1986. Ela é poeta, tradutora, editora e curadora de literatura. Dedica-se à ações que combatem a invisibilidade de mulheres e negros. Vale a pena ler: Coração na boca, Triz, Um corpo negro

11 – Marina Tsvetaeva (1892 – 1941) foi uma poeta russa. A sua obra severa e ao mesmo tempo fluente reprovava  a crescente onda de disseminação do fascismo pela Europa.  Vale a pena ler: O poeta e o tempo e Elos líricos, poemas e prosas a grandes poetas, Indícios flutuantes.

12 – Maya Angelou (1928 – 2014) – Além de poeta, a estadunidense Maya teve muitas faces: cantora, jornalista, assistente administrativa em Gana, atriz, professora, pesquisadora, produtora teatral, historiadora, ativista e a primeira mulher negra a estampar uma moeda de dólar nos Estados Unidos. Vale a pena ler: Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, Poesia Completa, Mamãe & Eu & Mamãe, Carta a minha filha, A vida não me assusta 

13 – Márcia Kambeba nasceu na aldeia ticuna,  Belém do Solimões, em 1979. A poeta e geógrafa pertence a etnia Omágua/Kambeba. As suas poesias têm semelhanças com o cordel e trata a luta da mulher indígena e os conflitos gerados pela vida na cidade. Vale a pena ler: Ay Kakyri Tama: Eu moro na cidade, Saberes da Floresta, O lugar do saber ancestral

14  – Micheliny Verunschk nasceu em Recife (PE), em 1972. Ela é poeta, romancista, crítica literária e historiadora brasileira. Micheliny constrói histórias que buscam a união entre os sentimentos e o mundo exterior por meio da geografia e os aspectos do ambiente. Vale a pena ler: Geografia Íntima do Deserto, A cartografia da noite, Maravilhas banais. 

15 – Miriam Alves nasceu em São Paulo, em 1952. É assistente social, professora e escritora. Integrou o movimento Quilombhoje Literatura. Ela tem contos e poemas publicados em diversas antologias brasileiras e estrangeiras. Vale a pena ler: Momentos de busca, Estrelas no dedo, Poemas reunidos

16 – Noémia de Sousa (1926 – 2002) é considerada a mãe dos poetas moçambicanos. A sua obra possui  teor nacionalista, caracterizados pela composição em versos livres onde prevalece a voz feminina e negra. Vale a pena ler: Sangue negro

17 – Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), foi uma das mais importantes poetas portuguesas do século 20. Foi a primeira mulher a receber o Prémio Camões. Além de poesia, publicou contos, peças teatrais, livros infantis e ensaios. Vale a pena ler: Coral e outros poemas, Sena & Sophia: centenários

18 – Wislawa Szymborska nasceu em 1923 na Polônia, e morreu em 2012. Ganhadora do Nobel de Literatura em 1996, publicou 12 volumes de poesia ao longo de sua vida. Testemunha da Segunda Guerra e do Holocausto, a poeta “mostrou como a sanidade e a lucidez podem brotar da terra arrasada”, nas palavras de Nelson Ascher. Vale a pena ler: Poemas, Um amor feliz, Para o meu coração num domingo

Você tem mais indicações de poetas feministas? Comente nas redes sociais da Cult.

 

> Assine a Cult. A mais longeva revista de cultura do Brasil precisa de você. 

Deixe o seu comentário

Artigos Relacionados

TV Cult