Os caminhos da arte brasileira

Os caminhos da arte brasileira

O crítico Luiz Camillo Osorio (Cortesia MAM Rio)

Eric Campi

Depois das publicações de Razões da crítica e das monografias sobre Flavio de Carvalho, Abraham Palatnik e Angelo Venosa, o crítico Luiz Camillo Osorio lança Olhar à margem: Caminhos da arte brasileira, uma reunião de ensaios sobre os principais trabalhos de artistas plásticos brasileiros contemporâneos do ponto de vista cognitivo, histórico e filosófico.

A obra, que seria publicada pela Cosac Naify, foi transferida à SESI-SP Editora junto de cerca de outros 300 títulos – 25 deles inéditos –, após o término das atividades da empresa de Charles Cosac, anunciado em novembro de 2015. Novos lançamentos ainda não foram anunciados.

“Outros títulos ainda estão sendo definidos e negociados, pontualmente, um a um com seus autores, agentes ou responsáveis pelos direitos autorais”, diz Rodrigo de Faria e Silva, editor-chefe da SESI-SP e da SENAI-SP Editoras. Entre as obras transferidas estão as coleções “Teatro e Modernidade”, “Mulheres Modernistas” e “Movimentos da Arte Moderna”.

Silva afirma que manter o cuidado gráfico das publicações é uma das principais preocupações da editora. “Enxergamos a necessidade de manter vivo um acervo como o da Cosac Naify e gostaríamos de ajudar na preservação deste trabalho editorial de fôlego e importância que se distinguiu no mercado pela qualidade, profundidade e beleza de seus títulos”, diz. O projeto gráfico de Olhar à margem, por exemplo, foi preservado.

Crítico de arte do jornal O Globo entre 1997 e 2008, Osorio desenvolveu em seus textos a relação entre a academia e o mundo artístico. “A convivência com os artistas e com a arte sempre foi um estímulo sem o qual minha escrita, minha pesquisa na universidade e meus projetos curatoriais não aconteceriam”, conta o autor, curador do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio e de São Paulo entre 2005 e 2015.

Junto de textos jornalísticos e resenhas que escrevia para revistas, livros e catálogos de arte, a produção crítica de 15 anos aparece em Olhar à margem, com foco na arte brasileira. Mas não como uma forma de recuperar qualquer espírito nacionalista ou apologético a um modo de ser “nosso”, como ressalta o autor, mas sim com a intenção de “discutir o que há de Brasil” na arte do país.

“[A intenção é mostrar] Como a nossa formação cultural moderna – entre ser e não ser ocidente, ser e não ser moderno – produziu poéticas singulares que deslocam as narrativas hegemônicas da modernidade”, explica Osorio. “Olhar a margem pretende tão somente destacar que não há, quando se quer pensar a arte brasileira, qualquer dependência em relação a um suposto centro propagador de ideias; lugares à margem produzem seus próprios centros, deslocando e reposicionando as referências”.

Para este ano, a SESI-SP planeja ainda a reimpressão de um dos livros mais expressivos da história da Cosac Naify, “Barroco de Lírios”, do artista plástico Tunga, morto em junho deste ano, e a publicação do livro de arte com a obra de Henrique de Oliveira.

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Olhar à margem: Caminhos da arte brasileira
Luiz Camillo Osorio
Sesi-SP
446 págs.
R$ 68,00

(1) Comentário

  1. Esse não é o senhor que permitiu aquela exposição de “arte” em que uma criança de 5 anos fica encostando em um homem adulto pelado? Nojo!

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