O orgulho vem antes da queda

O orgulho vem antes da queda

 

Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de junho de 2021 é “orgulho”


É fácil deixar a autoimportância se estabelecer. Veja como é grande o seu escritório. Olhe para todas as pessoas que se reportam a você. Veja os prêmios que você ganhou. Veja o reconhecimento que você obteve. Você é um pilar de sua comunidade. Você é o melhor em sua área.

Marco Aurélio sentiu essa atração. Sêneca também. Catão e Posidônio também. Como eles não poderiam? Eles eram importantes e foram respeitados. O ego foi uma tentação natural para eles, assim como para você, como para qualquer pessoa em uma posição de liderança ou influência, por menor que seja.

É por isso que temos que trabalhar ativamente contra isso – para nos lembrar que não somos tão populares ou especiais quanto pensamos.

“O que as pessoas diriam se eu morresse?”, Napoleão certa vez perguntou a seus cortesões. Enquanto eles se encarregavam de responder com elogios e garantias de sua indispensabilidade, ele os corrigiu. “Eles diriam ‘ufa!’”, Napoleão sabia que, como um conquistador, ele cavalgava no fio da navalha. Ele sabia que a multidão que ele levantou poderia acabar com ele com a mesma rapidez.

E o mais importante, ele sabia que você tem que olhar para além das armadilhas do sucesso, você tem que ignorar os bajuladores e dispensá-los se quiser ter alguma chance de sobreviver ao seu tempo no topo sem gastar tudo olhando por cima do ombro. Marco Aurélio lembrou a si mesmo que, em seu leito de morte, haveria algumas pessoas felizes em vê-lo partir, e como resultado isso o tornou um governante melhor.

Ego é o inimigo. O orgulho vem antes da queda. A autoimportância é uma mentira.

 

 

Lucas Casemiro Brizon, 23, é professor de
Filosofia em São José dos Campos, SP.

 

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