O grito dos maus, o silêncio dos bons

O grito dos maus, o silêncio dos bons

(Reprodução)

Apesar da grande apatia, existe uma luz no fim do túnel das mulheres e dos estudantes que tentam se manter em pé, dignos neste momento de descrédito generalizado. E mesmo assim há quem os queira calar de forma violenta e cruel.

Por dia morrem 3,4 pessoas no Brasil, sendo que 1,3 são vitimas de homicídio. “Dos filhos deste solo és mãe gentil”. A cada 23 minutos e 30 segundos um jovem negro é assassino na pátria “idolatrada salve, salve”. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada “ao som do mar e a luz do céu profundo”. A cada 28 horas um LGBT morre no “penhor dessa igualdade”. 29 crianças morrem por dia na “pátria amada”. A intolerância religiosa demonstra o desvio de conduta na “nossa vida no teu seio mais amores”. O machismo chega a graus incalculáveis, mas “verás que um filho teu não foge à luta”.

Está em discussão o não investimento na saúde e na educação, que são grandes fatores causadores de mortes, que deixam para trás um rastro de desilusão de pessoas mentalmente doentes, com falta de esperança e expectativa de uma vida melhor, seja por conta da perda de um ente querido, seja pela desestrutura financeira. A esperança de se ter uma notícia boa no dia é quase zero – os programas policiais estão no ar 24 horas por dia.

Vive-se em um mundo de loucos, a igreja que diz ter a cura, não cura, mas amarra e prende. Sociedades de ponta-cabeça onde só se luta para manter os privilégios que interessam às elites; isso remete a mais mortes, mais desilusões e desentendimentos, e aí vão buscar a paz nos calmantes, nas terapias mais caras. Alta, jamais terão. A intolerância vai da fila do pão ao trânsito. A arrogância, a falta de modos, o pré-julgamento e a imposição imperam. Ouvir o outro nem pensar, mesmo que seja sua mãe.

O verbo entender saiu do dicionário. A moda do momento é punir; o que interessa é esbravejar, xingar e ser racista para ganhar likes; ser homofóbico para esconder o que é bom e não aceitar as diferenças de gênero. O que importa é punir e matar. Diante deste cenário tão violento, há uma apatia por parte dos que sofrem, que não querem nem parar para pensar em eleger um governo melhor, pois de nada adianta lutar. A sua opinião ou dor de nada importa. Vence a grande mídia, vence quem já tem.

Mas apesar da grande apatia, existe uma luz no fim do túnel das mulheres e dos estudantes que tentam se manter em pé, dignos neste momento de descrédito generalizado. E mesmo assim há quem os queira calar de forma violenta e cruel. Melhor seria se muitos saíssem de seus casulos e fossem ver de perto a vida da maioria das pessoas. Melhor será se for possível curar este povo que, pouco a pouco, está ficando tão desesperançoso. Como dizia Martin Luther King, hoje, “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.

(1) Comentário

  1. violência abrange vários significados e partem de uma cultura que foi imposta a sociedade durante séculos, O fato de ferir o outro, independente que seja verbal ou fisicamente, fazem refletir os motivos que levam a tais comportamentos, um dos motivos é a superioridade onde o outro se sente mais poderoso que o outro, as vezes por ser branco, achando que violentar alguém está no seu direito e não constituem crime algum, esses valores nos fazem voltar ao passado e pensarmos sobre os conceitos fascistas ou até mesmo a época da escravidão, onde o negro era massacrado e torturado, mesmo ele tendo sua liberdade atualmente o preconceito continua até nos tempos modernos. Por exemplo, nos setores da educação onde o jovem não tem acesso ao um ensino de qualidade, para ingressar em alguma universidade vai existir vários obstáculos no caminho. O mesmo fato acontece com as mulheres,no mercado de trabalho onde ela é comparada ao sexo frágil, que tem menos determinação que o homem. Apesar de todas as diferenças sociais, a sociedade vem progredindo aos poucos, mas sempre vai existir conflitos.

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