O fascismo no horizonte

O fascismo no horizonte
Há algo nos muitos regimes fascistas do passado que é comum a todos eles e ao que vivemos hoje no Brasil (Reprodução)
  Nos últimos meses o fascismo voltou a frequentar a vida política brasileira, pelo menos nas disputas retóricas que opõem visões diferentes da crise pela qual passa o país. Como em outros momentos históricos, chamar alguém de fascista implica localizar o adversário no campo das ideias conservadoras ou reacionárias. De forma genérica, na linguagem corrente das disputas políticas, fascista é aquele que despreza a democracia, faz uso da violência para fazer valer suas ideias e tem horror das camadas mais pobres da população. Esses sinais são visíveis no comportamento de pessoas e grupos que frequentam o cenário político brasileiro atual. O que resta a saber é se a referência ao fascismo serve para compreendermos algo da situação atual para além da evidência de que uma parte da sociedade, incluindo aí setores da mídia e do judiciário, aceitam ultrapassar as barreiras constitucionais para alcançar seus objetivos. Não vivemos evidentemente em um regime fascista no Brasil e não há grupos políticos importantes, neste momento, que se vinculam explicitamente ao fascismo. Por que razão então devemos nos preocupar com um problema que para muitos está distante de nossa realidade? Não seria mais fácil simplesmente se ater ao passado autoritário brasileiro e pensar que algo semelhante à ditadura militar pode voltar a acontecer sem que haja uma referência aos regimes extremos? Ora, se recorremos à comparação do que ocorre hoje na cena política brasileira com o que aconteceu no passado em outros países, é porque acreditamos que é poss

Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »

TV Cult