Não saber não é bom para ninguém

Não saber não é bom para ninguém

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Não haverá investimentos na saúde e na educação nas próximas duas décadas. Aos mais pobres só restará assistir, passivamente, ao genocídio da juventude negra por meio de chacinas que executam 5, 16, 133 de uma só vez

A esperança esteve presente para 8.356.215 estudantes brasileiros (segundo dados do Inep) que, nestes últimos dias, fizeram as provas do Enem.

Via-se a vontade de mudar, de querer fazer o melhor, quando os jovens compravam chocolate para o lanche durante a prova. Via-se o sorriso, a brincadeira, a excitação nos pontos de ônibus e a inquietação na fila para chegar logo a hora do primeiro passo para mudar de vida.

Decididos a melhorar suas condições, decididos a exercer seus direitos de cidadãos, dando um passo de cada vez e garantindo os seus estudos.

Jovens e adultos que não vão desistir dos seus direitos só porque, de forma insana, a merenda escolar foi cortada do cardápio das escolas com a justificativa de que os alunos devem jantar com seus pais, pois este é um momento importante da relação familiar. Parece piada falar para os indivíduos que compõem a base da pirâmide social, que sustentam este país, que eles devem chegar em casa cedo para jantar com os filhos. Não podemos nos esquecer de que estão em andamento projetos que vão obrigá-los a trabalhar 12 horas por dia e a contribuir com a Previdência Social até os 65, 70 anos…

Não haverá investimentos na saúde e na educação nas próximas duas décadas. Aos mais pobres só restará assistir, passivamente, ao genocídio da juventude negra por meio de chacinas que executam 5, 16, 133 de uma só vez… Tanto faz, porque nunca existirão provas suficientes para punir os culpados.

O Estado brasileiro é explorador e escravagista e se perpetua desde a independência do país.  A república e a democracia são para os bancos, que mantêm seus privilégios e a quem interessa que grande parte da população continue na ignorância.

Mas o povo não vai se manter na escuridão. Ele está na luta e morrerá lutando se preciso for, porque inerte nunca mais.

Não saber não é bom para ninguém, nem para a base nem para os bancos, tampouco para a elite, que diz não querer funcionários desdentados e cheios de vícios.

A massa se vira, se supera e está pensando, mesmo que seja em não votar. Se não pode votar nos seus, em quem ama, a massa não vota em ninguém, mas tem seu norte, que é a periferia.

Um governo revolucionário tomaria posse na comunidade, não no teatro Municipal. Está dado recado: daqui pra frente, tome a parte que lhe cabe – o pão e o circo.

Milhões de pessoas não foram fazer valer seus direitos nas urnas. Que não façam valer também o pão e o circo onde os negros são as novas feras. Que não se conformem com o pouco que lhe dão e que se aborreçam com tudo. Que a esperança do conhecimento permaneça viva.

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