Movimento pela Libertação das Mães – Manifesto Breve de um Movimento Sutil

Movimento pela Libertação das Mães – Manifesto Breve de um Movimento Sutil

Minha filha esta semana me perguntou: “mãe, o que vamos fazer no dia das Mães?” e eu respondi: um “Movimento pela Libertação das Mães”. Parece brincadeira, mas para muitas mulheres isso pode ser um fardo bem pesado e cheio de culpa, daí que me pareça importante marcar o dia com este “manifesto breve de um movimento sutil”.

1 – Tendo em vista que a maternidade é um mito, o MLM deseja seu esclarecimento e desconstrução.

2 – Tendo em vista que o senso comum une acriticamente a capacidade biológica e a competênca cultural  para a maternidade, o MLM deseja que a maternidade seja vista em sua dimensão coletiva que envolve a família e a sociedade inteira.

3 – Em outras palavras, o MLM espera que a relação entre a capacidade de parir e a potência da “maternagem” seja questionada para mostrar que um pai pode ser mãe e uma mãe biológica pode não desejar ou não poder ser mãe.

4 – Para o MLM, as mulheres  que não querem ou não podem ser mães não devem ser culpadas por isso.

5 – Para o MLM, as mulheres que querem ou podem ser mães não devem ser culpadas pelo destino de seus filhos.

6 – Para o MLM, as mulheres precisam ter o direito de gestar e não gestar e serem respeitadas em seu desejo.

7 – O MLM deseja que as mulheres de todas as classes sociais – econômicas e culturais – tenham os mesmos direitos.

8 – O MLM é um movimento sutil que pretende integrar-se às estruturas profundas da sociedade promovendo mudanças necessárias na intenção do direito à felicidade para todos os que nasceram neste mundo injusto.

9 – O MLM espera o apoio dos filhos.

(20) Comentários

  1. Venho por meio desta ratificar e parabenizar os itens 1 e 2: TIVE DUAS MÃES e fazer uma homenagem ao item 8: “Porque te amo, NÃO NASCERÁS!”
    Feliz dia do MOVIMENTO PELA LIBERTÇÃO DAS MÃES!

  2. muito bom!
    pior de tudo é, depois de passar da fase de ser indagada sobre ‘e os namorados?’, chegar à da ‘e aí, quando casa?’… ¬¬

  3. Apoio esse movimento,deveria tornar-se leis…
    Parabéns Marcia por mais movimento,rrsrsrs

  4. Um movimento libertário é sempre um acréscimo ao nosso anseio por mais humanidade. Parabéns! Como sempre, sábia e justa nas suas propostas de resgate do que é verdadeiramente HUMANO!

  5. Na rigidez das convenções sociais entre 1970 e 1980.
    Você já parou pra pensar em quantas mulheres que carregavam a “culpa” em sua vida?
    Por imposição de uma sociedade machista em que, mulher tinha que ser mãe.
    Era casar e logo ter filhos.
    Não tinha escolha.
    As cobranças vinham dos parentes e “amigos”, do tipo:
    O casal não se ama OU a mulher é estéril.
    A “culpa” nunca era lembrada ao homem.
    OBS.: Eu assino os 9 itens do MLM e mais “essa resposta minha” ao MOVIMENTO.
    _Sinceramente DirlaSS.

  6. Acho justíssima a causa por ele mesma e, sobretudo, porque vem de uma mãe! No entanto, em observação, bem de perto, da minha mãe, que Deus a tenha, de todas as minhas irmãs (sete), igualmente mães e mais todas as minhas amigas desde a faculdade até hoje, colegas de trabalho, todas as mães que eu convivo e conheço, duvido que elas mesmas engrossem as fileiras deste movimento! São todas tão abnegadas, tão resignadas, tão convencidas de que o sacrifício materno é condição precípua à função mãe que percebem o sofimento como necessário à obtenção do paraíso! Assino o manifesto com a impressão de fazê-lo por mim, por minhas concepções e não por elas. Oxalá, milhares e milhares de mães, como você, me provem o contrário.

  7. Boa Noite,
    Não confundir ser MÃE, ter o papel de mãe, o que é totalmente diferente de MATERNIDADE, que
    MATERNIDADE é todo o ciclo em uma vida e sua representação em vida/uma vida.
    Em seu texto MATERNIDADE poderia ser trocada por MÃE, ficaria mais adequado ao seu texto e seu ponto de vista!
    MATERNIDADE – Desde a ligação com o cordal umbilical podendo ser interrompido, pós gestação não querendo ser mãe,
    permitindo essa tarefa a outra pessoa que necessáriamente não precisa ter o mesmo sexo, ligação cromossômica/biológica, que
    executará o papel de MÃE.
    Parabéns pelos textos!

  8. Muito interessante, Márcia! A mulher carrega diferentes pesos nesta vida e em diferentes sociedades, a maioria deles, creio, não por força da natureza, mas da cultura. O que é ser mãe, e muitas vezes só, numa sociedade como a nossa? A desumanidade é geral.

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