Financeirização, petismo e pós-neoliberalismo

Financeirização, petismo e pós-neoliberalismo
A crise capitalista agora se revela no aparato de regulação econômica ao qual o PT aderiu (Arte Andreia Freire/ Foto Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
  No final da década passada, enquanto o centro da economia mundial assistia aos desenvolvimentos de mais uma crise capitalista, no Brasil vislumbrava-se uma relativa imunidade à recessão. Tal expectativa não parecia infundada. De 2003 a 2010, o PIB cresceu em média 4,1% ao ano; a taxa de desemprego nas principais regiões metropolitanas, que iniciara 2003 a 11,2%, caiu a 5,3% no final de 2010; no mesmo período, o salário mínimo real foi elevado em 66%. Nesse contexto, Lula encerrou seu segundo governo com índices de aprovação popular altos o suficiente para indicar como sucessora uma tecnocrata que nunca fora uma estrela petista, e que disputava sua primeira eleição. Eleita Dilma, em seu primeiro governo não houve continuidade dos resultados econômicos e, em 2013, as Jornadas de Junho abalaram também a cena política brasileira. As convulsões sociais de 2013 reforçaram a tese de um suposto esgotamento do petismo, agora incapaz de atenuar os antagonismos de classe. A tese sustenta-se em evidências robustas, mas não suficientes para explicar a falência do petismo. As Jornadas de Junho, bem como o esgotamento que elas marcam, devem ser vistos no contexto das revoltas mundiais iniciadas em 2011, muitas delas manifestações de uma crise também mundial que segue desde 2008. Em termos históricos, as manifestações de crise que se revelam também no Brasil nos remetem a momentos que antecedem à chegada do PT ao poder. Por isso, discuto a hipótese de que as instabilidades sociais iniciadas em 2013 não são apenas manifestações de esgotamento do

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