Estante CULT: Buchi Emecheta, Christophe Dejours, Julia Kristeva

Estante CULT: Buchi Emecheta, Christophe Dejours, Julia Kristeva
A escritora nigeriana Buchi Emecheta, publicada no Brasil pela editora Dublinense (Foto: Divulgação)
  ANTES DE CHIMAMANDA Adah é uma mulher igbo que cria sozinha cinco filhos enquanto concilia um trabalho como bibliotecária e aulas noturnas em busca de um diploma de sociologia. Ela vive em um dos 140 apartamentos úmidos e escuros do Pussy Cat, um decadente conjunto residencial no subúrbio londrino. É ali o “fundo do poço”, expressão que dá título a este romance autobiográfico da escritora nigeriana Florence Onyebuchi “Buchi” Emecheta. No livro são narradas as batalhas cotidianas de uma mulher obstinada, que deseja mais do que uma vida doméstica, mas que se vê pressionada a escolher entre os filhos e a rotina de trabalho fora de casa.  Derivado de textos publicados no periódico inglês New Statesman, este é o primeiro dos 15 romances escritos por Emecheta a partir de 1972, e o terceiro de sua autoria a chegar aos leitores brasileiros. Adah, personagem por meio da qual a autora conta sua própria história, retorna em Cidadã de segunda classe (1974), seu segundo romance, também lançado no Brasil pela Dublinense. Na obra, conhecemos a vida dela antes do Pussy Cat: o gosto pelos estudos quando menina, o sonho de emigrar para Londres, as gravidezes consecutivas, o casamento violento – o marido a espancava e chegou a queimar o manuscrito do seu primeiro romance –, além do racismo enfrentado na capital inglesa, onde entendeu que ali, sendo mulher negra, imigrante e pobre, não passava de uma cidadã de segunda classe. Emecheta morreu em janeiro de 2017, aos 73 anos, tendo expandido a representação da mulher africana no mundo e

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