entrevista | “Um samba sem uma geladinha e um papazinho não funciona”

entrevista | “Um samba sem uma geladinha e um papazinho não funciona”
(Foto: Rozzi Brasil)
  Juntamente com muitas outras Tias do samba, Tia Surica (Iranette Ferreira Barcellos), mulher negra, de Madureira, da Escola de Samba Portela, nascida em 1940, hoje com 81 anos de sabedoria e jogo de cintura, possui uma importância histórica que parte do seu lugar para o mundo. Sua vida é também a história do samba. Ocupando um lugar de matriarca, de mestra, Tia Surica conta um pouco de sua trajetória e de como vê o mundo. Ela nasceu para o samba e vive ele no sangue, como diz. Tia Surica também é pintora, cantora, a chefe da cozinha e integrante da Velha Guarda da Portela. Muito carinhosa e doce, e também cheia de gingado, nos presenteia com essa conversa de braços abertos, tal como as asas de sua águia altaneira querida. Preocupada com a comunidade, com os valores dos mais velhos, da família e a importância da memória, a sambista reflete sobre a importância das relações humanas de forma saudável, nas quais não poderia faltar o samba, a cerveja e a comida. Queremos ouvir a senhora pelo que representa hoje, pela sua história e pelo que tem a ensinar. Conta um pouco da sua história, ou o que é marcante nela. O que mais marca a minha história foi a época em que comecei a desfilar na minha querida Portela, com 4 anos, levada pelos meus pais. E de lá pra cá estou até hoje, não é, meu querido? Fui intérprete em 1966 com o samba-enredo de Paulinho da Viola “Memórias de um sargento de milícia”, já saí nas baianas e agora sou integrante da Velha Guarda da Portela e matriarca da Escola. No desfile, na Praça 11, minha mãe me carre

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