Corpos de Dom Philips e Bruno Pereira foram encontrados, afirma mulher do jornalista

Corpos de Dom Philips e Bruno Pereira foram encontrados, afirma mulher do jornalista

 

 

Nesta segunda-feira (13), Alessandra Sampaio, esposa de do jornalista britânico Dom Philips, disse ao jornalista André Trigueiro da GloboNews que recebeu a informação de que os corpos do marido e do indigenista brasileiro Bruno Pereira foram encontrados. Mais tarde, Trigueiro confirmou a informação com o cunhado  de Dom, Paulo Sherwood. Os dois estão desaparecidos há mais de uma semana na região do Vale do Javari, no Amazonas.

 

 

 

A esposa de Philips afirmou que recebeu a informação da Embaixada Britânica no Brasil depois da embaixada ter ratificado a informação da Polícia Federal. Alessandra contou ainda que recebeu uma ligação da Polícia Federal confirmando que dois corpos haviam sido localizados, mas seria necessário realizar uma perícia para identificá-los.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que “não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos do Sr. Bruno Pereira e do Sr. Dom Phillips”.

A Associação Indígena Univaja ainda não confirmou que corpos foram localizados.

 

O desaparecimento

Pereira e Philips foram vistos pela última vez em 5 de junho ao chegarem a uma localidade chamada comunidade São Rafael. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino

No domingo (12), as equipes de busca encontraram um cartão de saúde de Pereira e uma mochila com roupas de Philips na área onde são feitas as buscas.

De acordo com as autoridades, o material estava próximo da casa de Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Ele foi preso e é o único suspeito de envolvimento no desaparecimento até aqui. Oliveira nega envolvimento no crime e familiares afirmam que ele foi torturado pela polícia.

 

 

Quem são Bruno Pereira e Dom Phillips?

 

Bruno Pereira, 41 anos, é  indigenista, pessoa que reconhecidamente apoia a causa indígena e, além disso, é servidor federal licenciado da Funai. Ele dava suporte a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari,(Univaja) em diversos projetos.

 

Em nota, a Univaja afirma que Bruno era “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”.

 

Dom Phillips, 57 anos, é colaborador do jornal The Guardian e  já fez reportagens sobre o Brasil para o “Washington Post”, “New York Times”, “Financial Times”. Ele morava em Salvador (BA) e trabalhava com temas ligados ao Brasil há mais de 15 anos. Ele estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson.

 

Demora do governo Bolsonaro

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre o desaparecimento do jornalista britânico e do indigenista na terça-feira (7/6).

 

“Duas pessoas à beira do barco, numa região completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer, pode ser um acidente ou podem ter sido executados”, afirmou Bolsonaro durante a entrevista ao SBT News.

Na sexta (10/6) , o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos pediu ao governo brasileiro que “redobre” os recursos e esforços disponibilizados nas operações de buscas.

Ravina Shamdasani, porta-voz da agência da ONU, criticou a demora do governo brasileiro para iniciar as buscas. Em resposta aos comentários do presidente Jair Bolsonaro, de que a dupla desaparecida fazia uma “aventura”, Shamdasani  afirmou que é obrigação do Estado proteger jornalistas e profissionais que trabalham na defesa dos Direitos Humanos.

 

No mesmo dia, o ministro Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) mandou o governo federal adotar imediatamente “todas as providências necessárias” para a localização do jornalista britânico e do indigenista. Barroso também determinou que sejam adotadas “todas as medidas necessárias” para garantir a segurança da região do desaparecimento da dupla e que o governo apresente, em até cinco dias, um relatório com as providências executadas para o cumprimento da decisão.

 

Atualização

Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, foram presos durante investigações sobre desaparecimento do indigenista brasileiro e do jornalista britânico, em 5 de junho. Segundo fonte da Polícia Federal, Pereira e Phillips foram mortos a tiros e depois tiveram os corpos queimados e enterrados. Os irmãos confessaram envolvimento no assassinato na quarta-feira (15/6).

 

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