Filosofia da insurreição

Filosofia da insurreição
O filósofo Jean-Paul Sartre (Reprodução)
  Ao lado de Slavoj Zizek e Alain Badiou, o húngaro István Mészáros talvez seja o maior nome do pensamento de esquerda hoje. Só isso bastaria para tornar qualquer livro novo dele uma atração em si. E o que dizer quando este livro é sobre um nome como Jean-Paul Sartre, um dos ícones da filosofia do século 20 e encarnação suprema da figura do intelectual engajado nas lutas emancipatórias dos pobres, das minorias, dos povos colonizados, do Terceiro Mundo? A Obra de Sartre – Busca da Liberdade e Desafio da História (Ed. Boitempo, trad. Rogério Bettoni e Lólio Lourenço de Oliveira, 332 págs., R$ 54) não é uma mera reedição, mas sim uma versão revista e consideravelmente ampliada do livro originalmente publicado por Mészáros em 1979, pouco antes da morte do próprio Sartre (1905-1980). Também foi naquele mesmo ano que, com A Condição Pós-Moderna, François Lyotard celebrava, na França de Sartre, a morte das “grandes narrativas” totalizantes e fundadas na fé no progresso humano rumo ao pleno reinado da igualdade, liberdade e fraternidade. A comparação com Lyotard não soa arbitrária se considerarmos o novo prefácio da obra – a qual, aliás, tem lançamento simultâneo em inglês. Mészáros afirma – retomando uma declaração sua de 1992, pouco depois da queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética – que escolheu como tema de estudo o filósofo da liberdade – ideia diretriz do existencialismo sartriano – devido ao débito que os marxistas deveriam reconhecer para com Sartre: vivemos, diz ele, “numa er

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